A
solidão agora não é tão sólida, como antes,
Não têm
a casca de rinoceronte das horas.
Não é
tão calcária, ardor assoprado.
Afago,
mormaço, uma tênue sofreguidão,
Suportável,
respingo de chuva, água morna,
Luva destinada,
inexoravelmente, a mão.
E tua privação é uma ausência disfarçada,
Deslocada
pelo bater das asas de um pássaro.
Quase
companhia, diria, de fato e direito,
Um estar
próximo sem precisar tá junto.
Estar junto que muito acompanhado.
Fábio Murilo, 20.04.2017